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quinta-feira, 24 de abril de 2008
Como era o Concelho de Palmela antigamente? E quais as perspectivas de futuro?
Antigamente…
O nosso Concelho era tradicionalmente um Concelho agrícola e não direccionado para a Indústria.
Dentro do concelho destacamos a freguesia da Marateca e do Poceirão (nesta última é onde residem o maior número de população agrícola) como as regiões mais agrícolas e o Pinhal Novo e Palmela como as áreas mais urbanizadas.
À semelhança do crescimento populacional, há diferenças significativas entre as freguesias urbanas e rurais. Assim o Pinhal Novo (42,2%) e Quinta do Anjo (37,1%) apresentaram uma forte dinâmica positiva, enquanto que em Palmela o número de famílias cresceu (23,9%) mais abaixo dos valores registados para todo o concelho (30,5%). Por outro lado, Marateca e Poceirão, que registaram perdas de população, apresentam valores muito abaixo dessa média (respectivamente 9% e 3,6%).
A partir destes dados podemos tirar algumas conclusões acerca das causas que originaram estes crescimentos ou diminuições de população. Podemos então apresentar como causas o êxodo rural e a diminuição dos filhos por casal que consequentemente vai reduzir o número de pessoas por família. Para provar o facto das famílias estarem a diminuir o número de filhos, em 2001 as famílias com apenas dois residentes já correspondiam a quase um terço do total (5862). O êxodo rural vai também “retirar” população das áreas rurais para “aumentar” a população das áreas mais urbanizadas e industrializadas.
Podemos assim tirar uma conclusão importante sobre os movimentos populacionais e as áreas industrializadas: As áreas industrializadas atraem mais população activa, ou seja, em idade de trabalhar.
De acordo com os quadros seguintes podemos concluir que o nível de instrução médio da população do concelho de Palmela é baixo mas tem vindo a melhorar um pouco desde 1991 até 2001. A barra “Nenhum nível de ensino” tem vindo a diminuir mas não muito significativamente. A barra “ensino superior” também se alterou e aumentou. Podemos facilmente concluir que a população tem vindo a ficar mais qualificada desde 1991. Este facto é importante para o nosso trabalho, já que os níveis de instrução e qualificação da população do Concelho estão directamente ligados com o poder de atracção de indústria.
O nível de instrução da população melhorou consideravelmente, a par do crescimento significativo da população estudante nos anos noventa, a qual representa uma importante base de recursos humanos a fixar e explorar. Estas tendências podem contribuir a médio e longo prazo, para aumentar a capacidade do Concelho em atrair investimento e criar ofertas mais diversificadas de emprego, ainda muito dependente da indústria automóvel.
O número cada vez maior de mulheres com nível superior de instrução representa um importante recurso que pode atrair empresas de tecnologia de ponta, principalmente nos serviços, diversificando assim a oferta de emprego.
O nível de instrução continua a ser baixo, agravado pelas desigualdades na distribuição da população mais qualificada, que está concentrada em Palmela e Pinhal Novo. Isto pode, a curto prazo, tornar-se um factor limitado de atracção de investimentos.
População empregada no concelho: O sector industrial tem um peso muito significativo como empregador, mas depende fortemente da indústria automóvel, sendo que 29,3% da população está empregada neste sector. Podemos concluir que uma grande parte desta percentagem está relacionada com a Autoeuropa.
Quanto ao poder de atracção do Concelho face a novas empresas e industrias, podemos dizer que satisfaz pois o número de sociedades sediadas no concelho tem vindo sempre a aumentar independentemente da freguesia considerada. QUADRO PAG. 95 (cima)
Antes de 1989 não havia praticamente indústria neste concelho. De acordo com dados pesquisados, pudemos concluir que das quatro indústrias mais importantes do nosso concelho, apenas a Coca-Cola estava cá fixada. Esta está cá desde 1978 mas as outras três (Autoeuropa, Lear, Visteon) apenas se fixaram neste concelho em 1995, 1998 e 1989 respectivamente.
Podemos assim concluir que em geral se tem registado neste concelho um aumento significativo da indústria o que também está explicito na cronologia criada por nós.
Perspectivas de futuro:
Quanto ao futuro não há nenhum documento que nos mostre claramente o que se vai passar e não podemos apresentar nenhum panorama exacto pois isso é impossível.
Vamos, dentro do possível, prever um possível rumo para a evolução da indústria neste Concelho e, baseados em certos dados estatísticos traçar esse mesmo rumo.
Procurámos algumas notícias relacionadas com as quatro empresas mais importantes anteriormente já referidas e tirámos algumas conclusões importantes tas como:
Depois de vários artigos que noticiavam o fecho da Autoeuropa em Palmela, chegam agora notícias de novos modelos que vão ser produzidos e que garantem a manutenção da fábrica pelo menos durante mais alguns anos.
A Autoeuropa quer estar a produzir quatro modelos em 2010. Esta está a produzir os primeiros modelos do desportivo Scirocco, e conta a partir de 2009 iniciar a produção do modelo que irá suceder ao Sharan, que se encontra em produção há 13 anos. Em 2010 "teremos em produção um quarto produto na Autoeuropa", garante o gestor. A Autoeuropa tem previsto para 2011 o rejuvenescimento do modelo cabrio Eos, ou seja, cinco anos depois do início da sua produção. Para já, as atenções estão concentradas no lançamento do Scirocco.
Existe um plano de investimentos aprovado para a Autoeuropa no valor de 541 milhões de euros vai decorrer como estava planeado e que pretende introduzir apontam para maior flexibilidade das instalações, produtos e recursos. A fábrica está a introduzir modelos com plataformas comuns, como o Eos e do Scirocco, com componentes partilhados e uma rede comum de fornecedores. Além disto Andreas Hinrichs quer aumentar a rede de fornecedores portugueses não só para a Autoeuropa, mas para a própria VW.
Para além da AutoEuropa que é o maior motor da economia local e um dos pilares da economia nacional, existem também outras indústrias importantes já referidas anteriormente como a Lear, Visteon, Coca-Cola entre outras de menor dimensão.
Para além da Autoeuropa, existem outras situações em que podemos ver que o nosso concelho tem apostado um pouco na renovação e reabilitação dos parques industriais de modo a atrair novos investimentos. A capacidade de atracção de indústria para o nosso concelho é bastante boa pois somos uma população com tradição e experiência nessa área.
Um dos objectivos da Câmara Municipal é também resolver ou atenuar um problema que desde há muitos anos está integrado na população do nosso concelho. Esse problema consiste na dependência em termos de emprego e de nível de vida em relação á AutoEuropa e mais algumas empresas de média dimensão.
O que fariam os milhares de trabalhadores que lá trabalham se a AutoEuropa e as empresas dependentes desta se desmoralizassem (como muitas vezes fazem as multinacionais com direcção a países onde são praticados salários mais baixos)?
É por ser tão difícil responder a esta questão que a Câmara Municipal tem investido nas áreas industriais, com o objectivo de trazer para cá mais empresas de modo a diminuir a dependência.
A nossa opinião (grupo), é de que a Câmara Municipal se deve empenhar nessa situação pois a permanência da Autoeuropa aqui não é eterna, apesar de agora se saber que esta vai produzir novos modelos. Quando, há um ano se falou do fecho dessa empresa, Palmela inteira “tremeu” com a perspectiva de perder tantos empregos e tamanha riqueza.
terça-feira, 22 de abril de 2008
Visteon
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Esta é a unidade que dá mais lucro ao grupo Visteon tendo registado em 2006 € 48 milhões de lucro.
A Visteon tem recebido apoios do Estado para modernização industrial, formação profissional e isenções fiscais, que ascendem a cerca de 190 milhões de euros.
A empresa vive actualmente alguma instabilidade e em Março de 2007 a empresa despediu 100 trabalhadores. No final do último ano os trabalhadores chegaram a fazer uma greve temendo uma possível deslocalização da empresa para o Leste europeu, embora a administração da empresa tenha garantido que nada estava previsto nesse sentido.
Lear
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A Lear de Palmela, pertencente à multinacional norte-americana Lear Corporation,
trata da produção de estofos para automóveis. Esta empresa, líder na sua área de negócios, veio para Palmela em 1998 devido, entre outro factores à proximidade do cliente. Haviam mais países na «corrida» à captação deste investimento, nomeadamente do Leste europeu, mas Portugal apresentava um historial de sucesso ao nível da indústria automóvel que foi determinante.
A Lear fornece não só o mercado nacional (até pela proximidade física da AutoEuropa), mas sobretudo os mercados europeus.
Dá, actualmente, emprego a cerca de 400 trabalhadores efectivos e a 180 operários temporários.
A Lear encerrou em 2005, a unidade de Braga transferindo a produção para a Roménia onde os custos de mão-de-obra se revelam menores; e em 2007, a unidade de Valongo que tinha perto de 600 trabalhadores. A empresa justificou-se com a “reestruturação da sua actividade a nível internacional”, originada pela “enorme pressão concorrencial em matéria de custos”.
Coca-cola
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O interesse pela criação da fábrica Coca-Cola em Portugal foi despertado em 1974 pelo príncipe russo Alexander Makinsky, o relações públicas da Coca-Cola na Europa. A Coca-Cola surgiu em Portugal no dia 4 de Julho de 1977. Começou por ser vendida na cidade de Lisboa, duas semanas depois no Porto e, mais tarde, na cidade de Coimbra. Em Junho de 1978 é inaugurada a fábrica de Azeitão e, nos anos 80 e 90, com o aparecimento de novos produtos expandiu-se a Coca-Cola em Portugal.
A Coca-cola e o Mundo
A Coca-Cola é consumida um bilião de vezes por dia. Está no primeiro lugar do ranking da consultora inglesa, Interbrand. No ano de 2002, a Coca-Cola foi avaliada em 70,453 milhões de dólares, ou seja, 48,745 milhões de Euros, tornando-se a marca mais valiosa e conhecida em todo o mundo, com um índice de reconhecimento global de 94%.
Autoeuropa
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Esta multinacional teve um investimento inicial de 1970 milhões de euros e ocupa uma área de 2.000.000 m2, o que é bastante significativo tendo em conta a dimensão das restantes indústria sedeadas no concelho.
A Autoeuropa é uma das mais modernas e eficientes fábricas da indústria automóvel na Europa e emprega mais de 3200 trabalhadores com uma idade média de 35 anos, sendo que 90% desses trabalhadores são homens e apenas 10% são mulheres.
A VW traçou um plano de investimento para a Autoeuropa que prevê a montagem de vários modelos, devendo atingir uma produção diária de 800 carros até 2010 e a criação de dois mil postos de trabalho directos. O desportivo Scirocco será o carro da Autoeuropa (2008) e deverá representar 20% da produção de Palmela este ano.
sexta-feira, 18 de abril de 2008
O propósito do Blog
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